sábado, 27 de dezembro de 2008

Muito HUMOR para nós em 2009!

O que Aconteceria se os Homens Fossem Iguais às Mulheres
Luz abre e revela uma casa. Cômodas, ambientação, tudo mais.
Palco sem atores. Entra mulher no telefone.
Mulher(no telefone) Ai, amiga, me ajuda! Eu não agüento mais meu marido! Ele não me entende! Eu falo uma coisa, ele faz outra totalmente diferente! Parece que eu falo outra língua completamente diferente! Por quê que homem tem que ser assim?? (congela)
Narrador – As mulheres estão sempre reclamando de seus homens. Dos seus e de suas amigas. Dizendo que eles não prestam, que eles são ignorantes, que eles não servem pra nada. Mas chegou a hora de saber a verdade. Chegou a hora de descobrir: O QUE ACONTECERIA SE OS HOMENS FOSSEM IGUAIS ÀS MULHERES!
Pode parecer simples, pode parecer melhor, mas qual é a realidade? Por exemplo: as mulheres estão sempre reclamando da insensibilidade masculina e sua incapacidade de notar as coisas mais importantes. Mas e se a situação se invertesse?
Marido(dengoso) Meu bem, o Fluminense foi campeão e você nem reparou, não falou nada! Você sabe como esse time é importante pra mim e você foi incapaz de dar um gritinho de alegria, um berro pela janela. Nem pegar o carro e sair buzinando pela rua você pegou. A gente tá batalhando tanto a tanto tempo, custava... (mulher reaje para platéia de saco cheio)
Narrador – Aposto que ela não ia gostar disso! (mulher faz que não com a cabeça) E quanto ao senso estético? Como conviver com alguém que, ao invés de refrear suas neuroses estéticas, as supera em muito, devido à falta de tato do gênero masculino?
Marido 2 – AMOR! A gente não vai sair hoje!
Mulher – Mas por quê?
Marido 2 – Porque você não tem uma roupa que preste! Tudo passado, tudo demodê, tudo muito 2004.
Mulher – Como assim? E aquele vestidinho preto que a gente comprou semana passada.
Marido 2 – Te deixa gorda.
Mulher – COMÉQUIÉ???
Marido 2 – Te deixa gorda. Uma vaca. Parece que você vai parir um cervo. Eu não vou andar com você assim na rua.
Mulher(cabisbaixa) Puxa, tá bom... Mas eu queria tanto ir na casa dos Oristídes...
Marido 2 – Pois é, mas não vamos. Aproveita pra dar um jeito nessa cara que você tá mais oleosa do que chão de churrascaria. Só de olhar pra você eu já escorreguei três vezes.
Narrador – Outra questão, é o afago. Toda mulher é mais carinhosa que o homem, isso é um fato. Mas, como o homem é mais forte, isso não atrapalha o andamento do dia, vejam só:
Marido 3 – Querida, cheguei!
Mulher(vindo correndo) AI, AMOR, AMOR, AMOR, AMOR, AMOR!! (pula em cima dele e o agarra. Não solta mais. Ele tenta se desvencilhar, não consegue. Desiste e começa a fazer as coisas com ela agarrada mesmo, como se ela não estivesse ali: joga a chave na mesa, pega o jornal pra ler, etc.)
Narrador – Se o mundo fosse ao contrário, você não conseguiria se livrar com tanta facilidade.
Marido 3 - Querida, cheguei!
Mulher – Oi, amor, como foi o seu dia... (ele abraça ela de um jeito sufocante. Ela tenta se desvencilhar. Não consegue. Dá três tapinhas como se fosse jiu-jitsu. Não consegue. Começa a cobrí-lo de porrada. Ele a solta quando resolve e ela sai toda torta.)
Narrador – Toda vez quando o homem chega do trabalho e a mulher pergunta “como foi o seu dia”, o homem sempre responde coisas simples como “tranquilo”, “maneiro” ou “hmmmprfff”. O que deixa bastante tempo livre para suas estórias longuíssimas sobre aquela piranha da repartição que te odeia e quer te derrubar. No mundo invertido, isso não seria possível.
Marido 1(no meio de uma conversa longuíssima) Só que o Flávio não queria sair da xerox, porque ele é um retardado e demora horas. Nisso o almeidinha já tava marcando uma pelada, o que é bem escroto, porque ele nunca passa pra mim. E não é porque eu não tô livre, porque eu tô sempre livre – há! “sempre livre” – é pinimba mesmo, então por que... (mulher olha no relógio de saco cheio)
Narrador – Sem falar que agora ele ia querer sua atenção incondicional para coisas que você não ia querer participar.
Marido 2 – Meu beeem, vem cá! Assiste o jogo comigo!
Mulher – Mas eu não quero ver o jogo, eu tenho uma porção de coisa pra fazer... (marido faz biquinho) ...e nenhuma delas é mais importante do que ver futebol com você! Êêê!
Marido 2(comentando como se fosse novela) Então, esse daqui é o Cacá, ele é ponta esquerda. No ano passado ele teve uma contusão e ficou um tempão sem jogar, mas ele agora tá melhor e tá voltando pro campo. Aquele ali é o Édinho, ele trocou de time em 2005, a gente odeia ele, búúú... (pra mulher) Vaia, amor, vaia... Búúúú!
Narrador – E ainda existiriam vários outros dificultadores...
Mulher(tentando mover um móvel da casa) Hhhnnnnn... Gente, alguém pode me ajudar aqui? Alô, tá pesado! (Entram três homens juntos) Ai, graças a deus. Eu preciso tirar isso daqui pra... ei, aonde cês vão?
Marido 3 – A gente vai no banheiro. (saem de mãos dadas)
Mulher – Mas peraí, não pode ficar um, aqui, pra...
Narrador – Como vocês podem ver, não existe apenas um, mas vários motivos para gente ser como é. Inúmeras razões que comprovam que o mundo está melhor dessa forma, e assim deve continuar, para manter o equilíbrio do universo. Pensem nisso a próxima vez que reclamarem do seu marido. Eu poderia dizer mais ene razões para vocês admirarem os requintes do mundo machista. Mas infelizmente, eu estou de TPM.
E nunca se esqueçam: poderia ser pior.
Marido assistindo futebol, mulher passa atrás, leva um tapão na bunda.
Marido 1 – Mulher, pega a cerveja pa mim aê!
Mulher(sorrindo falsamente como num comercial de TV) Claro, amor... Claro!
Fim
Fernando Caruso

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mais um ano se vai... E outro vem aí...

É engraçado que na virada de ano a gente olha pra si e pensa: "esse ano não fiz isso e aquilo que deveria ter feito...". E depois vem sempre aquele outro pensamento: "ano que vem vou fazer isso, deixar de fazer aquilo...". Me acostumei a viver essa época do ano assim. Mas, esse ano quero olhar para mim mesma sob outra perspectiva.

Quando olhar para trás, não quero ver pelo caminho traçado um monte de fracassos e entristecer meu coração. Quero, sim, pensar q apesar de cada dificuldade, cada perda, cada fracasso, consegui ir adiante e chegar onde cheguei, saindo vitoriosa de mais uma estrada.

É difícil encarar a vida dessa maneira porque o falso cristianismo alastrado em nossa sociedade, muito diferente dos princípios da vida que Cristo viveu, nos leva a sentir vergonha e culpa quando erramos. Mas, isso não faz sentido se observarmos essa passagem bíblica:

"E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me." Gn. 3: 6-10

Depois que pecou o homem se sentiu envergonhado, culpado e temeroso, e se escondeu. Mas, Deus apareceu no jardim como em todas as outras tardes para ter comunhão ele. Deus não se escondeu de Adão, foi ele quem se escondeu de Deus. Mas, a vergonha veio antes de Deus aparecer. Adão se sentiu envergonhado diante de si mesmo. Observamos, então, que o que causa vergonha e culpa no homem é o pecado e não a presença de Deus.

Mas, em nossos dias é o falso cristianismo, alastrado no Brasil, que provoca tais sentimentos nas pessoas. Existe uma cobrança desenfreada que não condiz com a personalidade do Cristo que dizemos seguir. Este que em toda sua vida na Terra, acolheu as pessoas, se compadeceu delas, não as julgou impiedosamente, não as olhou de cima, muito menos as renegou.

Vemos que a palavra da vez é sempre SANTIDADE. Porém, o que não se percebe é que se vivermos e pregarmos a GRAÇA, a santidade será um conseqüência. Porque quando nos aproximamos de Jesus, pelo caminho da cruz, ele nos lava e purifica com seu sangue e, então, nos tornamos santos. Ser santo não é ser infalível. Ser santo é ser lavado no sangue de Jesus sempre que nos achegamos a ele.

Nesse fim de ano, que tal buscarmos a graça de Cristo para nossas vidas, ao invés de buscarmos fórmulas criadas para nos enquadrarmos a um sistema que não nos faz livres? Que busquemos a liberdade e não o cativeiro; a paz e não o sofrimento; a alegria e não a dor; o amor e não o ódio; a vida e não a morte.

Que a graça de Jesus nos cubra e que seu amor encha nossos corações.
Ah, boas festas (rs)!


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sábias palavras de C.S.Lewis...

Nossa, fiquei super feliz agora de ter encontrado um vídeo do C.S.Lewis. Ele é um dos meus escritores preferidos! Ouça vc também neste vídeo uma pequena palavra deste homem que já influnciou diversas pessoas pelo mundo com seus pensamentos, e me influencia bastante! Está neste link do Youtube (não é vírus, óbvio):

http://www.youtube.com/watch?v=NzwGXhfaapk

Vale a pena assistir!

Livros do C.S.Lewis que indico:

~ Cristianismo puro e simples

~ Os quatro amores

~ O problema do sofrimento (esse livro responde àquele questionamento: se Deus existe por que permite a dor, o sofrimento, fome, miséria, guerras? É bom para quem tem essa dúvida.)

~ Milagres

~ As cartas do inferno (esse livro é cômico, é muito bom para aprender alguns princípios se divertindo um pouco)

~ Peso de glória

~ As crônicas de Nárnia (não precisa nem de comentários, né)

Alguns sites disponibilizam versões destes livros para ler no computador. Se quiser, procure neles. Eu indico estes:

www.4shared.com

www.esnips.com

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Ilusão da Roda da Fortuna

Há um jogo que tem se difundido novamente no Brasil e, recebe nomes como Roda da fortuna, Corrente da felicidade, Círculo da amizade, entre diversos outros. Ele promete a multiplicação do seu dinheiro sem nenhuma explicação lógica, mas é apenas uma ilusão. É verdade que há pessoas lucrando com ele. Mas, a porcentagem de pessoas que lucram é equivalente a 12,5% do total de participantes. Este número representa bem menos da metade do grupo, que vai se disseminando e atraindo sempre mais pessoas para que estes “privilegiados” que estão entre os 12,5% possam de fato ganhar.

Então, há dois problemas neste esquema que o destinam a um fracasso inevitável. Um deles é a possibilidade de dar o dinheiro proposto e não receber a quantia “multiplicada”, nem o que foi empregado de volta. Afinal, não há uma pessoa que se responsabilize por isso, portanto, não há a quem cobrar. E o outro problema é a possibilidade de lucrar sim, mas lesando outros. Isto é crime (art. 2º, inc. IX, Lei 1521/51). Mas, seria difícil a condenação de quem comete esse delito através desta prática, entretanto, não é porque não se cumpre a pena que isto deixa de ser uma prática criminosa.

“Mas, se a roda não acabar nunca, não existe este risco” é o que afirmam os que, agindo ou não de má-fe, aliciam outras pessoas para o grupo. Então, a réplica é: qual é a probabilidade de este jogo não acabar nunca? Simplesmente, 0%. Afinal, mesmo que se acredite na eternidade, a maioria esmagadora das religiões e seitas propaga a fé numa vida eterna em que não se encontra espaço para jogos de tão baixo calão como esse. Então, pensemos racionalmente: não há chances do jogo durar eternamente, portanto, se esta é uma condição para ele dar certo, ele está obviamente fadado ao insucesso.

Se você tem dúvidas ainda, vamos provar matematicamente que a probabilidade de lucrar com esse jogo é de 12,5% enquanto a de perder o dinheiro investido é de 87,5%. Para isso, entenda com funciona o jogo.

O esquema, em geral, se desenrola assim: cada pessoa dá R$ 100,00 com a promessa de receber R$ 800,00 depois. Mas, este dinheiro angariado no grupo inicial não se reproduz e tem crias, nem muito menos se multiplica milagrosamente por meio de um poder divino como os peixes e pães multiplicados por Jesus segundo a Bíblia.

Então como uma pessoa que investiu R$ 100,00 no grupo recebe de volta R$ 800,00?

A cada 8 pessoas que entram no grupo com essa quantia, se consegue dinheiro para pagar uma (100 x 8 = 800).

Isto quer dizer que quem ganha neste esquema representa somente 12,5% do total de indivíduos que investiram R$ 100,00. Acompanhe este raciocínio em que se utiliza a regra de três para comprovar esse dado:













Mas, como as outras receberão o dinheiro esperado também?

Cada integrante tem que indicar dois novos participantes que farão o mesmo que foi explicado anteriormente. Assim, se 8 pessoas indicarem 2 (como deve ser feito para que “a roda gire”), o grupo passará a contar com mais 16 pessoas (8 x 2 = 16), somando no total 24 integrantes (8 + 16 = 24).

Com o saldo do que foi arrecado em virtude dos que entraram, se terá R$ 1600,00 (16 x 100). Isto será suficiente para pagar apenas mais 2 pessoas (1600 : 800 = 2). Lembrando que uma pessoa já foi paga, contando com mais essas duas que receberão o valor prometido então, haverá 3 pessoas com seus R$ 800,00 em mãos. Enquanto isso, o número dos que estão a esperar já será de 21 pessoas.

Com isso, no fim de mais uma rodada, o número de ganhadores do valor que todos receberiam representa 12,5% dos envolvidos. Acompanhe este raciocínio em que se utiliza a regra de três para comprovar esse dado novamente:













Mas, o jogo continua e essas 16 pessoas que entraram (suficientes para o pagamento só de 2) terão que indicar 2 indivíduos também, como os outros fizeram para integrá-las. Então, entrarão mais 32 pessoas (16 x 2 = 32) para o grupo, gerando um total de 56 pessoas envolvidas (contando com as que já saíram após receber R$ 800,00). Cumprindo a regra de empregar R$ 100,00, elas arrecadarão para o círculo R$ 3200,00 (32 x 100 = 3200,00). Esta quantia, porém, trará a apenas 4 indivíduos (3200 : 800 = 4) os R$ 800,00 prometidos. Então, daquelas 21 pessoas que sobraram, 4 receberão esse valor, e restarão ainda 17. Mas, como 32 pessoas entraram nessa rodada, temos o total de 49 participantes (17 + 32 = 49) à espera.

Encerra-se outra rodada e, mais uma vez, o número de ganhadores do valor que todos receberiam representa 12,5% dos participantes. Acompanhe este raciocínio em que se utiliza a regra de três para comprovar esse dado:













Assim segue o andamento do jogo e num determinado momento é evidente que ele acabará. Quando isto acontecer 87,5 % das pessoas que se envolveram neste esquema desonesto se frustrarão. E outras 12,5% carregarão o peso dessa frustração nas costas, mesmo que nunca cheguem a pagar por isso pela justiça dos homens. Será que é pior perder R$ 100,00 ou lucrar R$ 700,00 sem trabalhar tendo tirado R$ 100,00 de outras 7 pessoas que se sacrificaram para recebê-lo?

Na verdade, seja qual for o seu caso ao se envolver nisto, tudo parte de um mesmo sentimento: a torpe ganância. Então, reflita sobre isto:

“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.” (Eclesiastes 5:10)

“Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12:13-14).


Obs. 1: O ciclo da roda envolve 15 pessoas, entretanto, como para que um ganhe é necessário um ciclo de 8 pessoas. Por isso, os cálculos foram baseados em 8 e não em 15. Mas, isto não interfere na probabilidade de ganhar ou perder a quantia empregada.

Obs. 2: Em momento nenhum, se afirma que todos que entraram no esquema, agiam de má-fe e tinham consciência de que estariam lesando outros (mas, a partir de agora, quem leu, sabe).

Obs. 3: Se ainda assim você quer ganhar dinheiro fácil, joga na loteria! Neste esquema, pelo menos, ninguém é enganado, todos sabem das suas ínfimas chances de ganhar. É mais honesto!

Queremos ser radicais e revolucionar, então por que não colocar isto em prática assim? Por que não agora? Muitas vezes é mais radical deixar de fazer algo que fazer alguma coisa (leia Daniel 1:8).

POR AMANDA DINUCCI

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Meu vício de entrevistas

Hoje eu posto uma entrevista da revista "Isto é" muito interessante pra vcs lerem e refletirem. O entrevistado é o Dr. Roberto Shinyashiki.
Vale a pena ler.

Isto É - Quem são os heróis de verdade?

Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

Isto É - O sr. citaria exemplos?

Shinyashiki - Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É uma pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete, por exemplo, o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

Isto É - Qual o resultado disso?

Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

Isto É - Por quê?

Shinyashiki - O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa.Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

Isto É - Há um script estabelecido?

Shinyashiki - Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa O Aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar." É exatamente o que o Chefe quer escutar.Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

Isto É - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

Isto É - Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

Isto É - Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki - Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

Isto É - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki - Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

Isto É - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki - Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir mais facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

Isto É - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

Isto É - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz".Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida."

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Meu Português

Bem, aí vai um texto bem lúdico do Luís Fernando Veríssimo (escritor que gosto muito!) para inspirar quem pensa que "Português é muito difícil".

O Gigolô das Palavras










(extraído da coluna diária de Veríssimo, que na época era publicada, entre outros, no JB, Folha de São Paulo, Estadão e Zero Hora)

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão!"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.

Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.

Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.

Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos*, etimologistas** e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

Notas:
* - Lexicógrafo é o mesmo que dicionarista; aquele que se dedica a definir palavras;
** - Etimologista é aquele que pratica a etimologia, ou seja, o estudo das origens e da formação das palavras de determinada língua; origem de uma palavra ou vocábulo; étimo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Viva la vida!

Quien muere - Pablo Neruda

Muere lentamente quien se transforma en esclavo del hábito,
repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca,
no arriesga vestir un color nuevo
y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones,
justamente las que rescatan el brillo de los ojos,
sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo,
quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño,
quien no se permite por lo menos una vez en la vida,
huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente quien no viaja, quien no lee, quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente quien destruye su amor propio, quien no se deja ayudar.
Muere lentamente quien pasa los días
quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente quien abandona un proyecto antes de iniciarlo,
no preguntando de un asunto que desconoce
o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.
Evitemos la muerte en suaves cuotas, recordando siempre que estar vivo
exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará
que conquistemos una espléndida felicidad.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Jesus e seus feijões mágicos

No clássico conto “João e o pé de feijão”, é narrada a estória de um filho muito rebelde e extravagante, que, aos poucos, gastou todo o dinheiro que sua mãe possuía, fazendo com que lhes restasse apenas uma vaca velha, que, por fim, ele ainda consegue convencer sua mãe a vender.
Entretanto, ao levar o animal, o menino encontra um açougueiro que lhe propõe trocar a vaca por uns grãos mágicos de feijão que ele levava no chapéu. João, julgando ser isso uma grande oferta, aceita a proposta. Quando sua mãe vê os feijões por que ele havia trocado a vaca, perde a paciência, apanha os grãos de feijão, atira-os para fora da janela, e põe-se a chorar. Então, como não tinham nada para comer, os dois vão deitar-se com fome.
Mas, no dia seguinte, ao acordar, João vê que alguma coisa está fazendo sombra na janela de seu quarto. Levanta, desce as escadas e vai ao jardim. Aí, percebe que os grãos que sua mãe havia atirado pela janela, tinham germinado e o pé de feijão crescera surpreendentemente. As hastes eram grossas e tinham-se entrelaçado como uma trança que ia às alturas.


Pois é, estive pensando bem e reparei que a vida com Deus é muito semelhante a esse conto. Quando estamos sem rumo, depois de experimentar as extravagâncias desse mundo, percebemos que não chegamos a lugar nenhum, e só o que temos é uma vaca velha. Então, Jesus nos surpreende com seus feijões mágicos.

É fácil pensar que se eles fossem realmente encantados, não seriam trocados por uma vaca inútil. De fato, isso parece estranho, mas é o que Jesus faz.

Antigamente, quando dois homens faziam uma aliança, eles trocavam seus mantos. Mas, as cores dos mantos que cada homem usava tornavam possível a distinção da origem de cada um, pois a população de cada tribo usava uma cor diferente. Então, depois que uma aliança era selada, alguém que avistasse uma pessoa de longe, poderia observar suas características e pensar na possibilidade de ser essa pessoa vindo, mas iria achá-la também similiar a que havia firmado uma aliança com ela por causa do manto que ela estaria usando, ou seja, haveria um entrelaçamento das imagens de ambas.

Na cruz, quando Jesus fez uma aliança com o homem, ele trocou seu manto conosco. Ele nos entregou seu manto impecável e tomou o manto sujo e rasgado do homem. Então, hoje quando visto seu manto, me rendendo ao seu sacrifício na cruz, quem me vê chegando, pensa que posso ser eu vindo, mas, depois, pára e pensa: “mas, como se parece com Jesus!” Assim, eu e ele somos um, e se ele é amigo de Deus, eu me torno também!

Para isso, Jesus troca o seu manto perfeito por um manto podre, troca seus feijões mágicos por uma vaca velha. Pode parecer ilógico, mas o amor não tem lógica, nem fronteiras, principalmente o de Deus. Ele escolheu nos amar, e nos ama independente do que possamos fazer. Por isso, ele coloca à nossa disposição seus feijões mágicos! E tudo que devemos fazer é entregar o que temos, que, na verdade, não vale de nada!

Racionalmente, é possível pensar que trocar o que temos por algo tão “incerto” é loucura, mas é necessário correr esse risco para então desfrutar do pé de feijão que na verdade é um novo mundo que se abre cheio de novas possibilidades na nossa janela! A trança desse pé de feijão vai às alturas, podemos escalá-la e chegar a Deus, conhecê-lo e nos tornamos seus amigos, ou seja, ele é um caminho que Jesus nos dispõe quando aceitamos seus feijões mágicos. Vale a pena correr riscos por eles ou não?

sábado, 31 de maio de 2008

Meu aniversário de 5 anos

Nesse domingo, faz 5 anos que me encontrei com Deus e nos últimos dias estive pensando na minha história com ele...

Como todos devem saber, fui criada na igreja evangélica. Sempre pensei que Deus existia, afinal ouvindo isso desde cedo, fiquei condionada a pensar dessa forma. Então, eu acreditava nisso do mesmo modo que acredito (em tese... risos) que o homem foi à lua. Dizem que ocorreu, mas há controvérsias e eu não tenho fotos, vídeos, e não vi ao vivo acontecer. Ou seja, se trata exclusivamente de crer na palavra de outra(s) pessoa(s).

Até os meus 12 anos eu não sabia quem era esse deus, não havia me encontrado com ele (apesar de que hoje vejo que em algumas situações, como em sonhos, ele tentou se aproximar de mim, p me mostrar o quanto me queria ao seu lado, mas eu só consegui decifrar essas coisas depois que já o conhecia e pude refletir sob um novo ponto de vista). Eu acreditava num deus que estava no céu, completamente diferente do que eu conheço hoje, que anda comigo, vive comigo cada situação, me companha de perto, um deus totalmente pessoal!

Conhecendo novas pessoas e passando a congregar em outro lugar, percebi que Deus não era como eu pensava. Aquelas pessoas que observava na minha nova congregação adoravam a Deus como alguém presente, realmente vivo! Elas conversavam com ele, podiam ouví-lo! Não apenas faziam orações em que só se fala, fala, fala, e não há resposta. Comecei a me interessar em explorar esse ser desconhecido que era Deus. Meu coração começou a desejar conhecê-lo.

Foi então que, no dia do meu aniversário de 13 anos, orei e falei com Deus algo muito íntimo, que não havia comentado com ninguém e que ninguém poderia saber. Depois, pedi a ele que me mostrasse quem era, se realmente era um deus que poderia falar comigo como qualquer pessoa, como eu estava notando através de outros que era. Pedi que ele de alguma forma me mostrasse que podia me ouvir e falar comigo, que me conhecia verdadeiramente e sabia dessas coisas que eu tinha conversado antes com ele. Pedi a ele que sinalizasse seu interesse em ser meu amigo, se ele estava interessado de fato. Ah, eu não sabia a surpresa que me aguardava...

Passados alguns minutos, um homem dentre tantos outros que havia onde eu estava, que não ouviu a minha oração porque eu a tinha feito em pensamentos, que antes estava longe de mim, e não me conhecia, veio em minha direção e começou a responder todos aqueles meus questionamentos. Ele me disse que tinha um recado de Deus para mim e começou a responder cada coisinha que eu tinha dito só a Deus instantes antes! Eram palavras de vida e esperança! Eram as doces palavras de Deus!

Eu pude sentir a presença de Deus me cercando e me enchendo! Sentia arrependimento pelos meus pecados e uma vontade imensa de viver a partir daquele momento uma amizade íntima com ele e uma vida que agradasse a ele! Antes eu sabia que não deveria fazer algumas coisas, mas não conseguia deixar de fazê-las, mas depois daquele dia eu não precisava fazer aquela força para abandoná-las. Simplesmente, não tinha mais interesse por elas, porque tinha descoberto coisas muito mais interessantes para mim.

As coisas desse mundo deixaram de ter aquele brilho que antes tinham aos meus olhos. É claro que às vezes encaramos dificuldades em relação a algumas coisas, mas não é como antes. Nada é como antes! Não sou mais escrava das coisas do mundo. Mesmo se desejar elas, posso me desfazer delas porque o Espírito Santo vive em mim e ele é a minha força para isso! É como Paulo disse: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo." (Filipense 3:7)

Ah, como é bom ser livre! Como é bom desfrutar da vida que Cristo conquistou para mim! Mas, a jornada continua. Depois que conheci Deus e passei a chamá-lo de MEU Deus, muitas experiências vieram e muitas ainda virão! Oro para que também meus familiares e amigos vivam essa plenitude de vida que desfruto. Vale a pena! Não há prazer maior do que ser amigo de Deus!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Essa é pra subir na cadeira e gritar mesmooo!

As despesas com o Judiciário (que incluem o Ministério Público, a Defensoria e a Procuradoria do Estado) e o Legislativo do Estado do Rio (Alerj e Tribunal de Contas) chegaram a R$ 5 bilhões em 2007. O valor representa o dobro de tudo que o governo do estado gastou no ano passado com saúde, ultrapassa a despesa com segurança pública, que foi de R$ 4,3 bilhões, e corresponde a 90% do gasto com educação. A folha de pagamento daqueles órgãos, com 23 mil pessoas, consome quase 50% a mais do que se paga a 74 mil professores. O custo já representa 25% dos impostos arrecadados no estado, enquanto no país a média é de 16%. Só na compra de 148 carros de luxo estas instituições investiram R$ 8 milhões em 2007. Na compra de 2,4 toneladas de café sem licitação na loja de uma favela da Barra da Tijuca a ALERJ investiu mais de 100 mil reais.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Um dos meus muitos protestos

Quero registrar meu protesto quanto a algo que tem acontecido comumente nos últimos meses. Creio que muitos não concordarão comigo porque fazem uso disso, mas não agüento mais essa modinha! Vamos ao fato então: virou moda colocar no seu nick do MSN ou junto com o nome no perfil do Orkut a palavra "luto". Vejamos o significado dessa palavra segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa:

"Tristeza profunda causada pela morte de alguém; dor, aflição."

Fala sério, alguém que coloca no seu nick algo do tipo "luto por Isabela Nardoni", sente uma profunda tristeza pela morte dela, sente dor por isso? É óbvio que não!

Essa deturpação do sentido de luto está me irritando. Será que essa geração é tão superficial que é capaz até mesmo de banalizar um sentimento como esse?! Eu nunca estive em luto, mas imagino como ele seria se a minha mãe, por exemplo, morresse. Tenho certeza de que o meu nick não seria a única coisa que mudaria na minha vida. Alguém que já esteve verdadeiramente de luto por uma pessoa querida, poderá entender até melhor do que eu o que estou dizendo.

Na última semana, morreu uma pessoa pela qual eu tinha uma afeição, Baixinho, o pipoqueiro. Sinto que com ele morre mais um elo com a minha infância, e agora restam poucos. Não vou fazer uma homenagem para ele porque isso deve ser feito enquanto a pessoa está viva e não quando ela já está morta e não pode acessar a internet para ler o que escrevo agora. Nem pretendo fazer menção de luto por ele na internet, mas já vi isso em alguns perfis do Orkut. Por isso, cheguei com esse assunto hoje aqui.

Seria hipocrisia demais dizer que estou de luto por causa dele e demonstrar minha solidariedade à família dele aqui, sabendo que eles jamais lerão isso, mas certamente vou orar para que Deus console cada coração em luto verdadeiro por esse homem muito querido. E vou sentir saudade dele e da sua pipoca! =)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jorge Luís Borges - uma de minhas paixões atuais

“Creio que a poesia é algo tão íntimo, algo tão essencial, que não pode ser definido sem se diluir. Seria como tentar definir a cor amarela, o amor, a queda das folhas no outono... Eu não sei como podemos definir as coisas essenciais. Penso que a única definição possível seria a de Platão, precisamente porque não é uma definição, senão porque é um fato poético. Quando ele fala da poesia, diz: ‘essa coisa leve, alada, sagrada’. Isso, eu acredito, pode definir, de certa forma, a poesia, já que não a define de um modo rígido, senão que oferece à imaginação essa imagem de um anjo ou de um pássaro”.

“Sim, a arte da literatura é misteriosa. Não é menos misteriosa que a música. Bem, quiçá a literatura seja uma música mais complexa ainda que a música, já que nela se encontram não apenas a cadência das palavras e o som, senão as conotações, o ambiente e o sentido – uma poesia completamente insensata se não aceita: devemos pensar o que isso significou para alguém; sobretudo algo para a emoção de alguém. E isso é intraduzível.”

Jorge Luís Borges

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O amor de Deus

AMOR É SÍNTESE

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.



Esse belo poema de Mário Quintana me fez pensar muito durante esses dias de "dengosa". Já que não posso fazer nada em pleno feriado prolongado, só me resta pensar mesmo, né (risos).

Mas, é incrível como esse poema fala por mim! [Como pode um texto tão pequeno dizer tanto do que sinto?!] E aposto que falaria por vc que está lendo isso também, seja vc quem for.

Esse sentimento é comum a todos, eu creio, porque faz parte de nossas necessidades humanas esse amor. E acredito que seja porque esse amor é o AMOR DE DEUS, um amor real, profundo, intenso; um amor que cura, que consola, que anima, que transforma. Por isso quando lemos sobre isso, nos identificamos tanto, é o vazio de Deus em nossos corações que grita pelo seu amor puro e pleno!

Deus não nos recrimina independente do que façamos, não olha torto, nem olha do alto com arrogância. Quando estamos diante dele, ele não pára para analisar nossa sujeira. Se ela for muita ou pouca, não importa! Ele simplesmente faz como o pai do filho pródigo, corre para abraçar o filho e manda logo seus empregados trazerem roupas novas e limpas! Assim, toda sujeira, todo defeito, todo problema desaparece num piscar de olhos! Não é maravilhoso?! Isso é a GRAÇA!

Sabe o que estive pensando também: era isso que atraía as pessoas a Jesus quando ele andava como homem na Terra, esse acolhimento sem condições, sem reservas! Eu sei que será difícil algum dia amarmos as pessoas como ele amou, sem nenhuma restrição, mas se tivermos um pingo desse amor, multidões vão se chegar a nós! Esse abismo que os cristãos colocam entre si e o mundo é absurdo diante do evangelho de Cristo, temos que acabar com isso de uma vez!

AMAR, AMAR E AMAR, isso é o cristianismo, vai além de milagres, de poder, de cura. As pessoas precisam ver os milagres para crerem sim, mas precisam muito mais de amor. O mundo está clamando por isso, quando vamos ouvir?! Eu preciso ouvir.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Que tal cuidarmos das nossas vidas?!

Vivemos, hoje, um momento em que a sociedade brasileira está "mobilizada" por algumas causas. Isso parece bom, não? Mas, de fato não é. É uma máscara bonita, mas que não mostra a verdadeira face desse povo na verdade imobilizado por suas próprias mobilizações.

Algo que podemos ver em todos os canais e em qualquer conversa, é a sensibilização do povo em relação aos que tem morrido em virtude da dengue, principalmente quando se trata da morte de crianças. Há uma revolta e uma cobrança que se direciona ao governo por não ter sabido administrar essa situação para que ela não chegasse ao caos atual.

Algo muito comum também atualmente, é ver as pessoas tentando advinhar como o pai e a madrasta da pequena Isabela Nardoni a assassinaram. Em qualquer esquina as pessoas discutem possíveis maneiras de isso ter acontecido, como se houvesse base para qualquer um fazer esse julgamento, e como se coubesse a nós, sem conhecimento de indícios e sem apresentação de prova julgá-los culpados ou inocentes.

Até mesmo o pedreiro envolvido no caso Nardoni, que acabou tendo seu nome citado em meio as investigações, mas que não era suspeito, seria apenas uma testemunha, declarou uma profunda tristeza e chorou em uma entrevista ao admitir que está sendo acusado de ser culpado pela morte da menina por vizinhos, que passam o dia inteiro gritando sua condenação sempre que ele está em casa. Ele confessou que seus próprios filhos, sendo crianças pequenas, incapazes de entender essa situação, estão com medo do pai. Será que isso é uma mobilização justa?!

Já é hora de parar de chorar pelos mortos por dengue e culpar o governo por isso, e começar a procurar em nossas casas e em nossa vizinhança os focos de dengue. O grande problema é que a culpa é sempre do vizinho, ninguém quer pensar que ficou doente por sua própria irresponsabilidade em manter possíveis focos no seu quintal. Já é hora também de cuidar dos que estão ao nosso redor e ainda tem vida para ser socorridos. Julgar quem é culpado pelo morte da Isabela Nardoni não irá ressuscitá-la, mas cabe a Justiça fazê-lo. Ao invés de não preocuparmos tanto com isso, deveríamos tratar melhor nossos próprios filhos, irmãos, pais.

Essa sensibilização toda é hipócrita e não leva a nossa sociedade a avançar em nada! Para avançarmos, precisamos de mais do que palavras, precisamos agir, mas antes disso temos que buscar qual é o verdadeiro sentido do termo "responsabilidade social".

*Não quero dizer que o casal Nardoni é inocente (pelo contrário, é exatamente esses julgamentos que estou criticando) nem quero dizer que a culpa da epidemia de dengue ter chegado a esse nível não é primordialmente do governo (e esse julgamento acho que deve ser feito, sim), e vc vai entender isso se entender o texto. Tudo quero é mostrar que há coisas mais PRODUTIVAS para fazermos das nossas vidas. A palavra é essa: produtividade! Nem tudo que fazemos é capaz de produzir algo, mas se não produz, de que vale? Que contribuição tudo isso tem trazido para nós? Nenhuma. Algo está errado então, não acham?!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Para ter intimidade II

Para que o Senhor nos entregue sua intimidade é necessário temê-lo, como tenho dito nos posts anteriores. E para temê-lo e poder conhecê-lo mais, vai mais uma dica: CONTEMPLE O SENHOR, SUA GRANDEZA, SEU AMOR, SEU PODER... Para honrar a Deus é necessário saber quem ele é! Não poderemos temê-lo se não o conhecemos!

Uma oportunidade para fazer isso é o texto que segue. Veja o tamanho amor de Jesus por nós, e simplesmente tema a ele não porque ele é poderoso para castigar os pecados, mas porque ele é poderoso para perdoá-los!!!!!!

A Dor da Crucificação - A Paixão e Morte de Cristo
Médico francês reconstitui a agonia de Jesus.

Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção.

Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.

Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus.

Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.

Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue.

A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.

Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).

Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.

Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez você tirou uma atadura de gazes de uma ferida? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Pode agora se dar conta do que se trata.

Cada fio de tecido adere à carne viva: ao lhe tirarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?

O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu polegar, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. Isso provocaria uma síncope que faria perder a consciência. Em Jesus não!

Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical.
Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que Cristo levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.

Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede.

Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico (azulado).

Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio!

Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés.

Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!

Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.

Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleva para respirar. A asfixia periódica o está destroçando. Uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.

Texto do Dr. Barbet (grande estudioso de anatomia, médico e cirurgião francês).

domingo, 9 de março de 2008

Para ter intimidade

No último post, falei sobre a importância de temer ao Senhor para que ele se revele. Mas, é fácil dizer o que devemos ser, ter ou fazer e não dizer COMO, como vejo acontecer muitas vezes. Isso traz apenas o peso da lei sobre nós, um sentimento de culpa por não estarmos praticando o que é certo, quando, muitas vezes, temos vontade de fazê-lo, mas não sabemos de que maneira. Se não gosto disso, não posso fazer o mesmo, não é?! Então, estou aqui hoje para falar sobre algo que possamos fazer para que o temor do Senhor seja gerado em nós e possamos ser mais íntimos dele. E isso é: ORAR! Aí vai um trecho do livro "Fresh wind, fresh fire" de Jim Cymbala que estou lendo e traduzi para vocês por ele falar bem sobre isso...

"Oração é a fonte da vida cristã, uma autenticidade do cristão. Se não houver isso, é como se vc tivesse um bebê nos seus braços e vestisse ele bem bonitinho - mas ele não está respirando! Esqueça o ornamento indumentário, esbilize os sinais vitais da criança! Não há nenhum proveito em conversar com alguém que está em estado de coma. É por isso que a grande ênfase no ensino nas igrejas de hoje está produzindo resultados tão limitados. Ensinar é bom quando há vida para isso ser canalizado. Se os ouvintes estão em coma espiritual, o que nós estamos dizendo a eles pode ser bom e ortodóxico, mas infelizmente, a vida espiritual não poderá ser ensinada.
Pastores e igrejas têm que ficar desconfortáveis o suficiente para dizer "Nós não somos cristãos neotestamentários se não temos uma vida de oração." Essa convicção nos faz nos retorcer um pouco, mas de que outra forma haverá um despertamento com Deus?
Se nós verdadeiramente pensarmos sobre o que Atos 2:42 diz - "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." - nós poderemos ver que a oração é praticamente uma prova da normalidade da Igreja. Clamar o nome do Senhor é o quarto grande destaque na lista. Se a minha ou a sua igreja não está orando, não devemos estar nos vangloriando por nossa ortodoxia ou a freqüência de pessoas em nosso culto de domingo."


Não é para ler isso, é para praticar! ORE!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A intimidade do Senhor

"A intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais dará a conhecer a sua aliança." Sl. 25:14

O segredo da intimidade é o temor do Senhor. Queremos conhecer Deus mais e mais, conhecer seus planos e segredos, desfrutar de uma comunhão cada vez mais intensa e constante, e para isso clamamos a Deus, louvamos o seu nome com nossas canções que pedem essa intimidade... devemos fazer isso tudo sim, mas isso não bastará para que o Senhor se revele mais a nós e se torne um amigo íntimo. Nossa base é a Palavra de Deus, ela é o que nos guia e nela já está escrito que o Senhor só entregará a sua intimidade para os q temem. Temos que voltar a ter mais temor de Deus para que sejamos mais amigos dele e, assim iremos amar com o seu amor, dividir a sua dor pelos perdidos, descansar nele em todos os nossos problemas e dores, cresceremos individualmente e, conseqüentemente, coletivamente, e então se levantará a Igreja gloriosa e Jesus voltará para nos buscar! Oh, Senhor ensina-nos o teu temor!!!!!!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

A verdadeira adoração e a verdadeira vida em Cristo Jesus

Em tempos atrás, a Igreja brasileira estava vivendo um período de "adoração extravagante". Em meio a este mover, muitos viviam de culto em culto, de congresso em congresso, esperando pelas palavras de ordem dos grandes ícones evangélicos, lotando as filas para receber a oração com imposição de mãos dos grandes ministros, vivendo de eventos isolados sem, contudo, ter um real e livre relacionamento com Deus. Hoje, porém, este mover se foi e poucos são os nomes de destaque que se mantém nesta posição, pois Deus está nivelando sua Igreja e para isso todos os montes serão aplanados. Então, o que faremos sem os intermediários que haviam entre nós e Deus? Será que encontraremos outra porta larga para nos levar a Ele? Se não seremos adoradores extravagantes, o que seremos agora? Que tal se decidicimos ser então os adorares que adoram ao pai em espírito e em verdade?! Mas, como seremos esses verdadeiros adoradores?

O fato é que para adorarmos a Deus precisamos conhecê-lo, precisamos de uma revelação de quem Ele é. Teremos, portanto, que abandonar nossa dependência de homens e começar a depender do Espírito Santo, afinal só ele pode nos trazer essa revelação com verdade e pureza. Com isso, seremos sim os verdadeiros adoradores, adoraremos ao Pai da maneira que o agrada e que Ele espera de nós. Quando o Espírito Santo nos der uma visão da majestade de Deus, essa visão será o que nos compelirá a nos prostrarmos diante dele e adorá-lo porque diante de um Rei tão glorioso veremos que a única coisa que nos resta é nos humilhar e reconhecer a nossa pequenez diante de tamanha grandeza. Quando ele nos revelar a misericórdia deste Rei perfeito que tendo um plano perfeito para sua criação escolheu fazer do homem que é imperfeito o centro deste plano por amor, bondade e graça, então seremos constrangidos diante deste ser incompreensível e incomparável e renderemos a Ele uma adoração destituída de qualquer tipo de orgulho porque saberemos que só podemos fazer isso por sua graça e não por nosso merecimento. Da mesma maneira, não atribuiremos esse mérito a outro ser tão humano quanto nós, seja ele o irmão que limpa o salão de nossas congregações ou o irmão, do nosso meio ou de fora, que nos traz a palavra ou o louvor.

Ou seja, quando recebermos uma revelação genuína da pessoa de Deus nos tornaremos os verdadeiros adoradores que adoram ao pai em espírito e em verdade. Seremos quem ele procura e ele nos encontrará. Mas, para isso precisamos buscar conhecê-lo por meio do Espírito Santo. O conhecimento de Deus é a chave da adoração e basta que tenhamos sede dele e o espírito que habita em nós nos levará a seu encontro. A partir disso, tudo deixará de ser meramente superficial. Não estaremos mais simplesmente repetindo o que ouvimos outros falando, cantando o que todo mundo está cantando, e vivendo das experiências de outros. Abandonaremos esse estado de “sobrevivência espiritual", encontraremos a vida abudandante e poderemos vivê-la plenamente em Cristo, o ÚNICO intermediário que pode haver entre nós e Deus, nosso eterno mediador.

SERÁ QUE HOJE VC É APENAS UM SOBREVIVENTE OU TEM VIVIDO NA PROFUNDIDADE DA GRAÇA, DO AMOR E DA BELEZA DE CRISTO?

PENSE NISSO.