quarta-feira, 9 de julho de 2008

Jesus e seus feijões mágicos

No clássico conto “João e o pé de feijão”, é narrada a estória de um filho muito rebelde e extravagante, que, aos poucos, gastou todo o dinheiro que sua mãe possuía, fazendo com que lhes restasse apenas uma vaca velha, que, por fim, ele ainda consegue convencer sua mãe a vender.
Entretanto, ao levar o animal, o menino encontra um açougueiro que lhe propõe trocar a vaca por uns grãos mágicos de feijão que ele levava no chapéu. João, julgando ser isso uma grande oferta, aceita a proposta. Quando sua mãe vê os feijões por que ele havia trocado a vaca, perde a paciência, apanha os grãos de feijão, atira-os para fora da janela, e põe-se a chorar. Então, como não tinham nada para comer, os dois vão deitar-se com fome.
Mas, no dia seguinte, ao acordar, João vê que alguma coisa está fazendo sombra na janela de seu quarto. Levanta, desce as escadas e vai ao jardim. Aí, percebe que os grãos que sua mãe havia atirado pela janela, tinham germinado e o pé de feijão crescera surpreendentemente. As hastes eram grossas e tinham-se entrelaçado como uma trança que ia às alturas.


Pois é, estive pensando bem e reparei que a vida com Deus é muito semelhante a esse conto. Quando estamos sem rumo, depois de experimentar as extravagâncias desse mundo, percebemos que não chegamos a lugar nenhum, e só o que temos é uma vaca velha. Então, Jesus nos surpreende com seus feijões mágicos.

É fácil pensar que se eles fossem realmente encantados, não seriam trocados por uma vaca inútil. De fato, isso parece estranho, mas é o que Jesus faz.

Antigamente, quando dois homens faziam uma aliança, eles trocavam seus mantos. Mas, as cores dos mantos que cada homem usava tornavam possível a distinção da origem de cada um, pois a população de cada tribo usava uma cor diferente. Então, depois que uma aliança era selada, alguém que avistasse uma pessoa de longe, poderia observar suas características e pensar na possibilidade de ser essa pessoa vindo, mas iria achá-la também similiar a que havia firmado uma aliança com ela por causa do manto que ela estaria usando, ou seja, haveria um entrelaçamento das imagens de ambas.

Na cruz, quando Jesus fez uma aliança com o homem, ele trocou seu manto conosco. Ele nos entregou seu manto impecável e tomou o manto sujo e rasgado do homem. Então, hoje quando visto seu manto, me rendendo ao seu sacrifício na cruz, quem me vê chegando, pensa que posso ser eu vindo, mas, depois, pára e pensa: “mas, como se parece com Jesus!” Assim, eu e ele somos um, e se ele é amigo de Deus, eu me torno também!

Para isso, Jesus troca o seu manto perfeito por um manto podre, troca seus feijões mágicos por uma vaca velha. Pode parecer ilógico, mas o amor não tem lógica, nem fronteiras, principalmente o de Deus. Ele escolheu nos amar, e nos ama independente do que possamos fazer. Por isso, ele coloca à nossa disposição seus feijões mágicos! E tudo que devemos fazer é entregar o que temos, que, na verdade, não vale de nada!

Racionalmente, é possível pensar que trocar o que temos por algo tão “incerto” é loucura, mas é necessário correr esse risco para então desfrutar do pé de feijão que na verdade é um novo mundo que se abre cheio de novas possibilidades na nossa janela! A trança desse pé de feijão vai às alturas, podemos escalá-la e chegar a Deus, conhecê-lo e nos tornamos seus amigos, ou seja, ele é um caminho que Jesus nos dispõe quando aceitamos seus feijões mágicos. Vale a pena correr riscos por eles ou não?